sexta-feira, 9 de julho de 2010

Alice no país do espelho.

Criança pura, de olhar despreocupado e rosto sonhador de maravilhas!
Embora o tempo seja rápido e suas trilhas Por meia vida nos tenham separado,
Teu sorriso contente saudará as baladas No dom de amor deste conto de fadas.
Teu sorriso radiante não vi nem verei, Nem hei de escutar teu riso Brasileiro:
Jamais pensarás do autor no destino. Em tua juventude lugar não terei.
Mas basta que agora escutes as baladas Singelas, contidas em meu conto de fadas.
Num tempo distante ocorreu esta história, Quando o sol de verão brilhava feliz.
Um toque de sino que agora nos diz, Num ritmo leve que trás a memória
Os ecos da infância e faz relembrar O que a inveja da idade preferia apagar!
Escuta-me agora, pois a voz do pavor De notícias amargas virá carregada;
Em breve a teu leito será convocada A mulher melancólica do luto e temor.
A hora do leito é como o fim da vida: Somos apenas crianças mais velhas, querida.
Há geada lá fora, a neve cegante, Os caprichos do vento, a feroz tempestade;
Mas no ninho infantil, em que a felicidade Se aquele a lareira de luz crepitante,
Tua atenção será presa pelas palavras mágicas E não hás de temer as rajadas mais trágicas.
Se enfim a sombra esquiva de um suspiro Profundo tremular ao longo da história,
Dos dias de verão pela perdida glória, Pelo feliz fulgor que te alegrou o mundo,
Não poderá afetar, com tristezas aladas, A alegria e o frescor deste conto de fadas.

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