O coração existe mas eles não sabem mais como fazer bater
no mundo existem com cpf e identidade mas já não praticam o verbo ser.
tirando vidas sem se importar, deixando rastros de nada no chão,
já não descobrem vidas valorosas mesmo em meio a multidão.
andar com os outros só ser forem iguais
ser da mesma espécie e nada mais.
os ouvidos chiam, os olhos podem enxergar
mas não usam os sentidos, só querem nos tragar.
mas sempre alguém o desperta do coma de existir
grita: corra! os zumbis estão por vir.
mortos vivos como assim, o que devo temer então?
se não somos mais do que vivos mortos esperando o caixão.
infectando uns aos outros com o pior na convivência
desejando apenas o mesmo pra grande disputa de sobrevivência.
cada um começa ainda mostrando um traço de personalidade
e no fim mal se reconhecem pelo animal irracional que realmente são.
mas sempre alguém o desperta do coma de existir
grita: corra! os zumbis estão por vir.
mortos vivos como assim, o que devo temer então?
se não somos mais do que vivos mortos esperando o caixão.
todos a procura de algo
instinto comanda a ação
se passa por cima de alguém ou se sugam o que são.
dane-se! o prazer não se entende, acredite!
cérebros ou felicidade despertam o apetite.
mas sempre alguém o desperta do coma de existir
grita: corra! os zumbis estão por vir.
mortos vivos como assim, o que devo temer então?
se não somos mais do que vivos mortos esperando o caixão.
Larissa Freitas.
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